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Clube - Os novos horizontes da caravela

Sexta-feira, 19 de Agosto de 2011

Amigos vascaínos, iniciaremos o nosso editorial parabenizando o presidente reeleito do Vasco, Roberto Dinamite, desejando-lhe boa sorte, luz, sabedoria e, sobretudo, firmeza sem arrogância para conduzir a caravela vascaína rumo ao seu lugar de destaque, para que continuemos tendo motivos de nos orgulharmos da mais bela história dos clubes de futebol do Brasil, senão do mundo, sendo um clube inovador e de vanguarda, e que é um contribuinte direto e majoritário da própria história do futebol brasileiro.

Parabenizamos também os candidatos Léo Gonçalves, da Cruzada Vascaína e Jayme Lisboa, por serem coerentes com seus discursos e apoiarem esse processo de renovação e de volta da democracia que está ocorrendo em nosso clube. Lamentamos apenas a desistência daqueles que, por terem feito história na política vascaína, mereciam um fim mais digno. 

O Marquês de Pombal, quando perguntado sobre quais providências tomar depois do grande terremoto de Lisboa, em 1755, afirmou: “É preciso enterrar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”. Algumas versões contam que foi o General Pedro D’Almeida, Marquês de Alorna que proferiu essa sábia resposta, e é em seu conteúdo, mais do que a seu autor que queremos nos ater.

Trnspondo a história acima para a realidade vascaína: “Enterrar os mortos”, no nosso contexto, é esquecê-los, deixar o choro de saudade para suas viúvas e que não se use mais a resposta da herança maldita para justificar todos os erros. É para frente que se anda. Iremos adiante junto com todos aqueles que colocam o Vasco acima de tudo. É disso que trata o “cuidar dos vivos”.

Fechar os portos” significa trabalhar incessantemente para que os erros não voltem a acontecer. É dessa trilogia de providências que trata o nosso editorial.

Tendo os rumos do clube definidos para os próximos 3 anos, a despeito dos de sempre, que de alguma forma tentarão causar barulho, buscaremos vislumbrar o horizonte que se abre diante de nós, as possibilidades infinitas e tudo aquilo que desejamos para o nosso querido Club de Regatas Vasco da Gama.

Ao longo desses 3 anos, muitas coisas foram feitas, muitas poderiam ter sido feitas, e com a renovação de mais 3 anos, muito ainda poderá ser feito. 
No nosso modo de ver, como torcedores e sócios do Vasco, o grande calcanhar de Aquiles da atual gestão do clube ainda é o projeto “O Vasco é Meu”.

Esse assunto foi tema ou foi muito discutido em muitos dos editoriais publicados por este site, e continuaremos debatendo-o até que vejamos as melhoras que julgamos ser aquelas à altura de um grande clube como o Vasco ou então até que recebamos uma resposta convincente explicando os motivos de as melhoras não terem sido implementadas. Foi muito noticiado na imprensa sobre a demora na liberação da lista dos sócios votantes para as eleições que ocorreram esse ano. Isso, de certa forma, compromete a avaliação e qualidade desse projeto de associação. Ainda que as formas de se associar ao clube estejam totalmente obsoletas e embora seja óbvio que ninguém de bom senso acredite que haja 10.000 “Fernandinhos Beira-Mar” no rol de novos sócios oriundos do “O Vasco é meu”, são necessárias mudanças urgentes e pontuais, a fim de que se estabeleça um controle melhor, por parte do Vasco, de seus associados.

Em um mundo quase que totalmente informatizado, é inadmissível que a listagem dos sócios votantes ainda seja um obstáculo. Esse “atraso” é algo que jamais poderá ocorrer novamente. É preciso que se aprenda com os erros e que se faça o recadastramento dos sócios vascaínos, com dados confiáveis, identificando inicialmente os adimplentes, e, em seguida, fazendo um trabalho visando o retorno dos inadimplentes. Embora o processo eleitoral do Vasco tenha sido democrático, uma votação que não chegou a 3.000 votantes demonstra o fracasso de um projeto de associação que visava pelo menos algo em torno de 10.000 votantes. Nem mesmo as desistências foram desculpa para uma votação tão baixa. Muito desse número baixo deve-se à falta de confiança do torcedor vascaíno em um programa que não transparece confiabilidade, e que sequer tem um plano de benefícios adequados ao torcedor vascaíno.

O próximo passo é revitalizar o programa de associação com novos benefícios, tais como descontos em produtos oficiais ou licenciados do clube, que sejam vendidos pela loja oficial ou site, busca de possibilidades de descontos nos pacotes de transmissão de jogos do Vasco, o que pode ser facilitado agora que o clube negocia diretamente os valores com a emissora que detém os direitos de transmissão.

Convém lembrar, mais uma vez que a torcida vascaína abrange todo o território nacional. Por este motivo, os benefícios de um programa de associação devem ser estendidos para essa grande torcida.

A outra meta da atual administração deve ser a reforma e ampliação de São Januário. Isso também se faz urgente, pois hoje temos no campeonato brasileiro uma média de torcedores de pouco mais de 10.000 pagantes, e que está muito aquém de uma das maiores torcidas do país. São Januário é a nossa casa, e tem que ter condições de abrigar a nossa torcida. Um estádio com uma capacidade entre 40 e 50 mil torcedores é o ideal para que possamos mandar TODOS os nossos jogos em casa, sem restrições, proibições ou vetos por qualquer parte de federações ou órgãos de segurança pública. Além do mais, se uma grande parte dos ingressos atualmente é vendida pela internet, é preciso disponibilizar mais espaços para que não ocorra o que ocorreu no 1º jogo da final da Copa do Brasil. Por fim, levamos em conta a afirmação do próprio vice de finanças do clube, Nélson Rocha, de que por conta das penhoras que o Vasco ainda tem sofrido, qualquer público inferior a 12 mil pagantes no estádio de São Januário representa prejuízo aos cofres do clube.

Entendemos que não é o bastante São Januário ser um lugar aprazível para se estar, se o seu entorno não o é. Óbvio que isto não é problema do Vasco, mas entendemos que a atual administração deve envidar ainda mais esforços no campo político, a fim de trazer mais conforto e comodidade para os frequentadores do nosso Caldeirão.

A nossa terceira sugestão da lista de prioridades refere-se à estrutura do futebol. Entendemos que os esforços devem ser voltados para a construção de um Centro de Treinamento, pelo simples fato de que todo grande clube do futebol brasileiro dispõe de um CT para os seus atletas, de forma que possa preservar o gramado de São Januário. Um centro de treinamento vai além dos campos de treinamento. Requer uma estrutura de acompanhamento total do atleta, fornecendo todo o necessário para a preparação e desenvolvimento do mesmo. Isso envolve acompanhamento médico, físico, nutricional, além de dar privacidade ao atleta durante a sua preparação para os jogos. O CT é fundamental para a profissionalização do departamento de futebol de um clube, e já passou da hora do Vasco ter o seu. Outra providência que se deve ter em mente é que essa estrutura deve ser estendida não só aos profissionais como também (e talvez até prioritariamente) à base, pois ela obviamente representa o futuro esportivo do clube.

Finalmente, a última sugestão do nosso site é para que haja uma reforma do estatuto do clube para que haja adequação ao pensamento vigente na atualidade. Com todo respeito à nossa Carta Magna, tão vilipendiada por alguns que hoje se arvoram em seus defensores, nosso Estatuto não condiz com a realidade social e econômica do país há no mínimo 20 anos.

Todas as eleições no clube devem ser diretas. Entendemos que não há necessidade de serem referendadas por um colegiado nos tempos atuais. Mesmo que o conselho deliberativo sempre tenha referendado a escolha dos sócios, o último passo da sua história democrática é deixar que o sócio escolha o seu presidente. Dentre outras mudanças, uma delas é não permitir que um presidente seja eleito por mais do que 2 mandatos, pois, em qualquer processo democrático, a renovação é necessária. É preciso dar ao clube oportunidade de experimentar novas ideias e mentalidade. Continuando nessa linha de adequar o clube ao século XXI, é preciso que haja uma política de responsabilidade fiscal dentro do clube, onde os presidentes tenham que seguir, o mais à risca possível, o orçamento planejado para o ano, e entregar o clube da forma pelo menos com melhor saúde financeira idêntica à que tinha quando o recebeu, nunca pior. É preciso implantar também uma política de restrição ao nepotismo e apadrinhamento, já que atualmente não existe nenhum controle sobre isso. Lembrando sempre: O Vasco deve vir sempre em primeiro lugar!

Sabemos que há muito a ser feito ainda, mas é preciso definir objetivos prioritários. À medida que cada um destes objetivos for executado, deve-se redefinir as prioridades, pois se não houver um planejamento estratégico eficiente, acaba-se não executando nada. Por conta disso, esse espaço sugere os pontos acima como prioritários no começo dessa nova etapa dentro do clube. Entretanto, como é da tradição democrática do SuperVasco, deixamos disponível esse espaço não só para outras sugestões do torcedor vascaíno de todo o Brasil (afinal a sua voz é a nossa voz) como para a diretoria do Vasco fazer as suas considerações sobre os temas, se julgar conveniente. Temos total consciência de que o que todos queremos é que o Vasco seja o clube que esperamos que seja, que é um clube de ponta, vencedor, e que nos orgulhe a cada dia. Que a caravela continue navegando em águas mansas rumo a um horizonte muito promissor e que as sábias palavras do Marquês de Pombal (ou do General Pedro D’Almeida, Marquês de Alorna, que seja!)